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SÔNIA TOZZI

  • Vitoria Sampaio
  • 17 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

Em 1994, na cidade de Belo Horizonte (MG), mais conhecida como Belô, nascia uma alma caridosa, no dia 8 de janeiro, Sônia Tozzi chegou ao mundo.

Com uma infância marcada por momentos felizes no aconchego da família, a mãe de Sônia costumava dizer que ela era uma criança melancólica, muito pensativa. Queria saber o por quê algumas crianças não tinham a metade do que ela tinha. Acostumada ver o pai tirando o dinheiro suado do próprio bolso para ajudar o próximo, ela cresceu com o sentimento de caridade.


Sônia adorava escrever poesias e contos. A primeira leitora foi a própria mãe, quem guardava com muito carinho todos os textos da filha. Aos doze anos de idade, a menina foi convidada pela professora para palestrar sobre o amor na escola de freiras onde estudava. E assim foi a infância e adolescência da Sônia, recheada de papéis e canetas.


Aos dezoito anos, ainda em Belo Horizonte, casou com Antonio Rodrigues e mudaram-se para a cidade de São Paulo.


Durante uma tarde fria de inverno, Sônia estava em frente à casa da sogra, quando uma moça grávida a questionou se havia alguma blusa para ser doada, sem hesitar ela tirou o próprio agasalho e colocou sobre os ombros da pedinte. A partir desse fato, sentiu que havia encontrado o próprio caminho.


Tempos depois, decidiu visitar uma casa espírita, local onde recebeu mensagem de uma Preta Velha, a entidade contou o fato que havia feito para a gestante. Ela era a pessoa certa para realizar o que eles pretendiam. Mesmo não sendo espírita, tinha uma missão na Terra: ajudar as gestantes.

Os dias passaram e um interesse muito genuíno nascia no coração de Sônia, aprender a tricotar, arte que a levou a preparar inúmeros enxovais para recém-nascidos.


Aos vinte e seis anos, Sônia e uma grande amiga fundaram a casa Associação Beneficente Irmã Érica, ambiente onde colaboravam com gestantes e orfanatos. No mesmo momento, aconteceu a maior tristeza pessoal, um acidente de carro levou embora do plano terreno o filho Ricardo.


Dias após o acidente que romperia o contato físico com o seu primogênito, Sônia tinha uma festa marcada para trabalhar com o seu buffet, magoada com a situação, ela pediu ao contratante - que por causas da vida, ele tinha o nome de Ricardo – para transferir os serviços a outro buffet, o qual negou essa possibilidade. Ele fazia questão que os pratos servidos aos seus convidados fossem preparados pelas mãos dela.


Incomodada por estar na festa, Sônia decidiu sentar em uma escadaria, momento que sentiu escorrer no rosto, lágrimas contidas. Ela ouviu uma voz sutil dizendo – Transforme a sua tristeza em alegria, não chore –. Sem compreender o sentido do que ouviu, questionou – Como vou transformar essa tristeza em alegria? – e por mais uma vez, repetiram a frase . Ao ver Sônia triste no canto, um metre a perguntou se ela estava bem.– Tem uma voz falando comigo, acho que estou ficando maluca –


Ainda concentrada naquele momento, a voz ecoou a frase pela terceira vez. E Sônia respondeu – Eu não sei como vou transformar essa tristeza em alegria! Nunca será uma alegria! – a tristeza dela deveria ser revertida em alegria para o próximo, e a partir desse momento a alegria dela retornaria.


Após o ocorrido, Sônia decidiu viajar para o Rio de Janeiro, na casa da irmã, ela ouviu mais uma vez aquela voz. –Chegou a hora de nascer a casa de amparo às gestantes – Às 5 horas da manhã ela saltou da cama e correu para conversar com Antonio, queria saber o que ele faria com a casa onde o filho Ricardo morava e perguntou se ele podia dar as chaves à Sônia, Antonio aceitou sem hesitar.


A matriarca que fundaria uma casa de amparo às gestantes, mas que não fazia ideia com qual nome batizaria a insituição. O seu filho caçula explanou uma sugestão – Lar de Amparo às Gestantes Ricardo Luiz –. Em janeiro de 1990, nasceu a casa a qual ampararia inúmeras gestantes e famílias carentes.


Quando criança, houve uma época que Sônia desejava ser freira para ajudar as pessoas. Comovia com a força de vontade da menina, a professora e freira Maria Emília decidiu chamar a mãe da aluna para conversar, – Você não tem no seu caminho ser freira, você tem uma missão muito grande, muito maior, mas não como freira e você vai cumprir – ao ouvir aquelas palavras, decidida ela retrucou – Mas eu quero ajudar as pessoas – respondeu Sônia. – Você vai ajudar, siga a sua intuição– finalizou a irmã Maria Emília.


Anos depois, quando adulta, ela visitou um Centro Espírita, durante a reunião um espírito de luz se manifestou, contou a todos que foi professora e conhecia Sônia, e que estava extremamente feliz, porque a menina seguiu o seu caminho. Ao final da mensagem, revelou o próprio nome, era a irmã Maria Emília.


Veja a entrevista na íntegra com a escritora e fundadora do Lar de Amparo às Gestantes Ricardo Luiz, Sônia Tozzi:



 
 
 

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Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo da Vitoria Alves Sampaio, sob a orientação do Prof. Me. Hércules Moreira e Prof. Me. Elizeu Silva da Universidade de Mogi das Cruzes
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