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A MULHER NA HISTORIOGRAFIA
Desde os primórdios da história, a maioria esmagadora das mulheres foi sujeitada a viver em favor do homem e da família, exercendo trabalhos domésticos. Excluindo qualquer possibilidade de ser a provedora do lar.
Ao longo dos registros, apenas poucos povos reconheciam as mulheres como forte e independente. Um exemplo dessa excepcionalidade foram as mulheres espartanas, as quais viviam em uma sociedade militar: participavam de jogos esportivos, reuniões políticas e controlavam as finanças domésticas, elas eram consideradas preciosas e geradoras de guerreiros.

Imagem: Mulheres encabeçam passeata contra a censura. Rio de Janeiro, 1968. Foto: Agência JB

Salvo casos como o das mulheres espartanas, a exclusão da mulher na historiografia do mundo, deu-se por consequência do olhar social sob o gênero que foi construído e alastrou-se por muitos séculos.
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A mulher não era vista como ser ativo na história e na sociedade, apenas os homens eram considerados protagonistas do mundo, formadores de fatos, histórias e ideologias.
Uma das justificativas dessa exclusão, baseava-se na crença de que a mulher era um ser inferior e incapaz intelectualmente, pensada apenas como um ser pecaminoso e reprodutor. Essa foi uma ideologia e cultura disseminada pela humanidade, principalmente pelo Cristianismo.
Com o passar do tempo, a passos lentos, houve uma evolução de ideias sociais e políticas.
A consciência da existência da mulher como ser humano, que vive e atua no tempo, foi trazida a luz perante a sociedade recentemente, completando apenas meio século.
Imagem: Cantora e compositora Billie Holiday. Foto: William P. Gottlieb
O próximo passo para a mudança da mulher na historiografia, contou com o reconhecimento na exclusão social e antropológica.
A percepção dessa realidade aconteceu com o movimento feminista a partir de 1970, considerado o principal processo conscientizador dessa verdade. Para a mudança da história, mulheres lutaram e lutam por mulheres.
No Brasil, o estopim do movimento para a inclusão foi um mais tardio, acontecendo a partir de 1981, através do estudo da estrangeira brasilianista June E. Hahner, que trouxe a conhecimento popular as lutas sociais e políticas das mulheres brasileiras. Dessa forma, os relatos e registros das brasileiras aconteceram após a década de 80.

Imagem: Emmiline Pankhurst, em Nova Iorque, em 1983. Foto: Keystone

Imagem: Feministas manifestam em Santiago no Chile pedindo democracia. Foto: Kena Lorenzini
Desde este momento, o processo da integração historiográfica ainda é um processo delicado e que tem a necessidade de ser cada vez mais desenvolvido.
A necessidade de integrar a mulher a historiografia como ator social tem enorme importância social e antropológica. Um dos motivos é registrar as lutas e conquistas das mesmas, construindo uma linearidade temporal e a desconstrução da cultura patriarcal perante os gêneros.
Na atualidade, a luta da mulher pela igualdade e espaço na sociedade é um processo em constante crescimento. Atualmente no mercado de trabalho, ainda existe desigualdade nas ofertas de vagas e valores salariais entre os sexos.
Responsável por diversas tarefas, a maioria das mulheres também realizam trabalhos domésticos, cumprindo uma jornada dupla de tarefas e afazeres.
A importância de registrar histórias das mulheres é contribuir com a conservação da memória social e colaborar com a construção de uma historiografia equivalente entre homens e mulheres. Também impedindo o esquecimento e a desvalorização da história de todas as mulheres que deixaram a sua marca no mundo.
